26 de mai. de 2011

Cap 6: Entre o amor e a profissão ou com os dois

Antes mesmo de sonharmos com a felicidade a dois, visionamos a realização pessoal que está muito intimamente ligada com a satisfação profissional. Quando encontramos nosso par, porém, podemos descobrir a incompatibilidade profissional. Uma bem sucedida executiva, por exemplo, diante das transferências de trabalho constate do marido pode ver sua carreira arruinada. Uma artista que viaja constantemente e não tem tempo de cuidar dos filhos pode levar o marido a se desapontar com a imagem de ideal de mãe que tinha. São inúmeras as situações em que as escolhas de um interferem nos planos do outro. Como também não são poucas as alternativas possíveis para fazer o ajuste que leve ao equilíbrio desejado.

Se a mulher do século XX temia uma separação e se subordinava ao marido, a situação de hoje se reverteu completamente. Cada vez mais as pessoas relutam em ceder em prol de um empurrão para o sucesso do parceiro em detrimento do seu êxito. Egoísmo, julgariam alguns. Nem sempre. A atitude de pensar em si mesmo ficou diabolizada, mas será que refletir bem se vale a pena largar todos os esforços do passado é um ato vil e egoísta? Acho que não. Em alguns casos, abandonar os sonhos de carreira pode significar no futuro um grande recalque e remorso. O que também não quer dizer que alguém possa ser feliz dando um outro rumo ao seu destino a fim de pensar na melhor alternativa para a família.

É neste momento de grande decisão que aparecerão dezenas de pessoas para contarem para você o exemplo daquela tia, da sogra da vizinha, da fulaninha e por aí vai, só piorando seu processo de escolha. Pense que a sua história é única. Marx disse que:

“Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado".

Cada pessoa tem um histórico de vida e é ele que vai determinar como você irá encarar qualquer mudança no curso do seu destino. O que para uns pode levar a infelicidade, para outros é o primeiro passo para a melhor das decisões.

O poetas falam do amor e os economistas da realidade. Pensar em amor e deixar totalmente de fora o fator dinheiro é um tanto infantil. Não me refiro a “casar-se por interesse”. Quero chegar a um ponto... de interrogação: Qual o melhor momento de casar?

Alguns relacionamentos terminam, quando poderia ser apenas o começo. Casar sem maturidade psicológica para se assumir e muito menos sem dinheiro é atravessar uma ponte perto de ruir. A todo momento ela balança e parece que vai cair. Não é a toa que cada vez mais os adultos estão prolongando a vida na casa dos pais.

Para saber como está a sua situação, proponho que faça uma coisa prática, que aprendi em uma aula na faculdade chamada “Planejamento de vida profissional”. Faça uma tabela com tudo que teria que gastar no mês. Tudo mesmo, não pode esquecer detalhes mínimos: depilação, estacionamento no shopping, lanche no fim de semana, celular, roupa, presentes de aniversário e etc. Coloque todas as contas. No fim, some tudo. Agora monte uma outra tabela com sua carreira. Dessa vez separando por semestres e anos. Em cada semestre como estaria o andamento dos seus estudos? Faça tudo dentro de uma perspectiva de 10 anos. Não esqueça de incluir na sua carreira os estágios e empregos com seus respectivos pagamentos.

Agora, tome a primeira tabela como base e veja quando você poderia viver sozinha. Em que período se encaixaria esse gasto mensal? A partir daí, você já pode pensar em casar.

A grande maioria vai pensar que é radicalismo. Mas tem um detalhe: quando tudo der errado (e sempre pode dar!), você pretende voltar para casa dos seus pais, ou tocar sua vida independentemente? Hum! Eis a diferença. A mulher deve partir para uma convivência sob o mesmo teto no momento que tem uma relativa segurança sobre si e seu dinheiro. “Ah! Então, se for assim ninguém casa!”, me diriam uns. Realmente isso diminuiria drasticamente o número de bodas. Também reduziria o número de mulheres com um filho nos braços, na casa dos pais, ficando para trás naquele seu sonho de adolescente de ser bem sucedida. Os sonhos sem estrutura são uma bolha de sabão frágil até à uma particula de poeira.

Atualmente os pais se preocupam em fazer os filhos passarem no vestibular para as melhores faculdades, mas não os preparam para a vida. A vida prática, real. Há mulheres que não sabem fritar um ovo, que não lavam roupa na mão, que nem tem prática de passar roupa, que mal viram uma escova de vaso, porque nunca tiveram costume de lavar o banheiro. “Mas para isso existem as empregadas!”, já até sei que vai argumentar isso. Claro, mas naquele seu orçamento das tabelas acima, onde vai poder entrar uma empregada consumindo no mínimo 500 reais do seu salário? “Não seja por isso, pago uma faxineira”, você me rebate rapidamente. Ok, vamos calcular, então: uma faxineira vai, assim, 4 vezes por mês a sua casa e cobra com isso duzentos reais. Esse dinheiro equivale a quantas contas do seu planejamento? Olhe a tabela. Certo, ela é fundamental para você? Inclua assim a faxineira no sua tabela. E os outros seis dias da semana em que ela não estará lá? Como você vai se virar?

“Os homens são modernos, não exigem mais que as mulheres saibam fazer nenhuma atividade doméstica”, canso de ouvir isso. Só não se esqueçam que esses homens tiveram a mesma criação que vocês e sabem menos ainda como é dirigir um lar, pois suas mamães deixavam tudo prontinho para estes. Não se engane, lá no fundinho ele olha para você como sua segunda mãe. Sentiu um frio na espinha? Não se preocupe, a maioria das mulheres não se atentam para este fato real, quando estão fixionadas com o vestido, com o bolo da festa.

Festa de casamento é linda, mas só dura um dia e seu casamento anos (?). Por isso, voltando ao tema das profissões, é importantíssimo que a união esteja dentro de uma perspectiva sólida de vida para ambos. Pequenos atritos bobos do cotidiano desgastam totalmente o relacionamento. A falta de dinheiro quebra um pouco o encanto da união, fadada a viver sobre privações. Pense bem, pois o primeiro passo na hora errada pode te custar uma desilusão.
O casamento pode ser o clímax de um lindo amor, mas para isso é vital arrumar a casa em que ele vai ser guardado e cuidado antes de qualquer coisa.

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